terça-feira, 24 de março de 2009

U.S. News & World Report cita adventistas como modelo

Mais um GOLprós Adventistas! Um artigo da U.S. News & World Report apresenta os “10 hábitos de saúde que ajudarão você a viver até os 100”. No ponto número oito o conselho é: “Viva como um adventista do sétimo dia”.Eles destacam o estilo de alimentação e também que os adventistas estão bem focados na família e na comunidade. O artigo se encontra em inglês.

Parte da Matéria
8. Live like a Seventh Day Adventist
Americans who define themselves as Seventh Day Adventists have an average life expectancy of 89, about a decade longer than the average American. One of the basic tenets of the religion is that it's important to cherish the body that's on loan from God, which means no smoking, alcohol abuse, or overindulging in sweets. Followers typically stick to a vegetarian diet based on fruits, vegetables, beans, and nuts, and get plenty of exercise. They're also very focused on family and community.

Tradução
8. Viva como uma Adventista do Sétimo Dia
Americanos que definem a si próprias como Adventistas do Sétimo Dia têm uma média de vida de 89, cerca de uma década mais do que o americano médio. Um dos princípios básicos da religião é a importância de conservar o corpo, que está em empréstimo de Deus. Isso significa não fumar, evitar abuso de álcool ou de doces. Seguidores típicos tem uma dieta vegetariana baseada em frutas, legumes, feijões, nozes, além de realizarem muitos exercícios. Eles são também muito centrado na família e na comunidade.

Fonte: Criacionismo.com.br

segunda-feira, 23 de março de 2009

As influências em O Senhor dos Anéis

"O mundo está dividido entre aqueles que leram O Senhor dos Anéis e aqueles que ainda vão ler."
Sunday Times

O Senhor dos Anéis é um romance de fantasia criado pelo escritor, professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. A história se passa na terra média (que por questões de ética, não vou mais detalhar. Quem quiser leia o livro.)
Últimamente, muita gente do meio evangélico passou a criticar a obra de Tolkien. Pior: sem nem sequer ter tocado em um de seus livros. Ou assistido o filme. O que muita gente não sabe (e isso é muito legal em O Senhor dos Anéis) é que o altor criou toda uma fantasia vom forte influência... CRISTÃ. Isso mesmo. O Senhor dos Anéis possui mais figuras cristãs do que muita gente imagina.

A religião de Tolkien
Católico do pé roxo, Tolkien foi um dos responsáveis por trazer "para o nosso lado" aquele que seria um dos grandes nomes do cristianismo do século XX: C. S. Lewis.
Quando Tolkien o conheceu, Lewis era agnóstico. Tolkien logo se empenhou para convertê-lo ao catolicismo. No entanto, Lewis preferiu o anglicanismo.
A religião sempre foi um motivo de afastamento entre Tolkien e C. S. Lewis, especialmente pela forma diferente como ambos a tratavam. Tolkien inclusive não apreciou muito As Crônicas de Nárnia. Considerava demasiadamente alegórica. Entretanto, ele não odiou o livro (como pensam alguns).
A religião no livro de C. S. Lewis é bem explícita. Em Tolkien, ela é oculta em personagens, lugares e até atitudes. Mas não é alegórica (construção de que Tolkien não gostava). Apesar dos desentendimentos Tolkien e Lewis foram grandes amigos[1].
De fato, O Senhor dos Anéis provavelmente não existiria sem o incentivo de C. S. Lewis. Aliás, Lewis foi o primeiro a ouvir a história, e Tolkien jamais deixou de admirar a grande inteligência do seu amigo.

Influências Cristãs na obra de Tolkien
De inicio, O Senhor dos Anéis começou com uma "exploração" nos campos da filosofia, religião (catolicismo), conto de fadas, assim como mitólogia nórdica. Eram áreas de interesse pessoal de Tolkien.
Além desses, a obra de Tolkien foi influenciado, de forma crucial, pelos fatos que ocorreram em seu serviço militar durante a Primeiro Guerra Mundial[2].
Tolkien criou um universo fictício completo e altamente detalhado (), onde O Senhor dos Anéis se passa. Muitas partes deste mundo eram (como ele admitia livremente) influenciado por outras origens[3].
Uma vez, Tolkien descreveu O Senhor dos Anéis ao seu amigo jesuíta Robert Murray, como “um trabalho fundamentalmente religioso e Católico, inconscientemente no início, mas ciente disso na revisão [do livro].” [4]
Há muitos temas teológicos subjacentes na narrativa. Há a luta de bem contra o mal, o triunfo do excesso vaidade na humanidade e a atividade da Graça Divina. Além disso o trecho do Pai Nosso e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal” esteva sempre presente na mente de Tolkien quando descreveu luta de Frodo de contra o poder do Um Anel[5].

Influências não cristãs
Os motivos religiosos não cristãos também tiveram fortes influências na Terra-média de Tolkien. Os Ainur (uma raça de seres angelicais que foram responsáveis pela concepção do mundo) incluíam os Valar (que formam um panteão de “deuses” quem são responsáveis por toda a manutenção do Mundo em seus aspectos materiais e abstratos). O conceito dos Valar ecoa na mitologia grega e nórdica, embora os próprios Ainur e o mundo sejam criações de uma divindade sozinha - Ilúvatar ou Eru, “O Único”.
As mitologias do norte europeu são talvez as mais bem conhecidas influências não-Cristãs em Tolkien. Seus elfos e anões são parecidos e muito baseados na mitologia nórdica e relacionados à mitologia germânica [6].
Os nomes tais como “Gandalf”, “Gimli” e “Terra-média” são derivados diretamente do mitologia nórdica. A figura de Gandalf é particularmente influenciada pela divindade nórdica Odin em sua encarnação como “O Viajante”, um homem velho com uma longa barba branca, um chapéu de bordas largas e uma cajado. Tolkien declarou que pensava em Gandalf como um “Odin errante” em uma carta de 1946 [7].
As influências específicas incluem o poema Anglo-Saxão Beowulf [8].

Influências Externas
O Senhor dos Anéis foi fortemente influenciado pelas experiências de Tolkien durante a Primeira Guerra Mundial (onde lutou), e pela partida de seu filho para lutar Segunda Guerra Mundial.
Depois da publicação de O Senhor dos Anéis, ocorreu a especulação que o Um Anel fosse um metáfora da bomba nuclear [8]. Tolkien, entretanto, insistiu repetidas vezes que seus trabalhos não apresentavam aquele tipo de alegoria[9], indicando no prefácio de O Senhor dos Anéis que não havia gostado desta especulação e que a história não era alegórica.
Tolkien já tinha terminado grande parte do livro, incluindo o final, antes que as primeiras bombas nucleares tivessem sido conhecidas pelo mundo, com sua explosão em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.
Alguns locais e suas características foram inspiradas em lugares da infância de Tolkien como Sarehole (então uma vila de Worcestershire, agora parte de Birmingham) e Birmingham [10].
Tolkien sugeriu que o Condado e suas redondezas eram baseados nos campos em torno da faculdade de Stonyhurst em Lancashire, que Tolkien freqüentou durante a década de 40 [11].

Referências
BRUNER, Kurt; WARE, Jim. Encontrando Deus em O Senhor dos Anéis. 1ª Ed. São Paulo: Bom Pastor, 2003.

CARPENTER, Humphrey. As Cartas de J. R. R. Tolkien. 1ª Ed. Curitiba: Arte e Letra, 2006.

DURIEZ, Colin. Tolkien e Lewis: O dom da amizade. 1ª Ed. Rio de Janeira: Nova Fronteira, 2006.

SMITH, Mark Eddy. O Senhor dos Anéis e a Bíblia. 3ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2002.

Notas
[1] DURIEZ, Colin. Tolkien e Lewis: O dom da amizade. Nova Fronteira.
[2] Influences on the Lord of the Rings
[3] CARPENTER, Humphrey. As Cartas de J. R. R. Tolkien. Brasil: Arte & Letra. Letter 19, 31 de dezembro de 1960.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] Idem. cartas 144 & 236 dezembro de 1960.
[7] Idem.
[8] SHIPPEY, Tom . J. R. R. Tolkien Author of the Century. HarperCollins.
[9] The LOTR Props Exhibition: Steve la Hood Speaks.
[10] TOLKIEN, J.R.R. The Lord of the Rings. HarperCollins, 1991.
[11] CARPENTER, Humphrey. As Cartas de J. R. R. Tolkien. Brasil: Arte & Letra. Cartas 178 & 303 dezembro de 1960.

Obervações sobre "Deus é estilista?"

Alguns pontos são importantes:

* Quem quiser debater o assunto, mande e-mail, scrap me adicione no MSN... ou trate nos comentários por aqui mesmo.

* Assim como a Igreja Adventista, acho que a verdade é progressiva. Sendo assim, se me convencerem Biblicamente de que a minha posição está equivocada, abandono-a.

* E se alguém tiver alguma observação, é bem vinda!

* Outras questões controvérsias (que minha posição é diferente da maioria Adventista) como batismo de juvenis, leitura de livros como O Senhor dos Anéis e Harry Potter, e outras tantas coisas... talvez será retratada adiante (dependendo das besterolas que saírem na net)!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Deus é estilista?

Os fariseus atacam de novo! Eles sempre surgem. O termo usado aqui para Fariseu é aquele conhecido "fulaninho legalista". Costuma fazer comparações e é muito rápido em observar o exterior.

No tempo de Jesus, eles eram as principais pedras de tropeço pro povo (Mt 23:13). Eram certinhos, o que alimentava sua hipocrisia (Mt 23:27 e 28). Pior: a pessoa convertida por eles se tornava duas vezes mais legalista do que eles (Mt 23:15).

Em suma, foram as principais dor de cabeça de Jesus. Hoje em dia a onde do farisaismo ataca de novo. E numa versão moderna, claro. Os modernos fariseus não "pegam no pé" de quem não lava as mãos (Mc 7:1-6), mas de quem acompanha o Flamengo (ou São Paulo) no domingo, assiste os Simpsons (ou Capitu) e lê Harry Potter (ou O Senhor dos anéis).

O "bicho pega" no uso de jóias. Questões culturais são atropeladas e julgamentos de caráter são feitos com a mesma facilidade e na mesma velocidade que o Shummacher vencia o Rubinho Barrichelo nos tempos de Ferrari. Nosso Deus de repente vira um "deus estilista" que observa os penteados, as roupas, os sapatos, as bijoterias, a maquiajem... Quando na verdade a principal preocupação deveria ser o interior:

Quando deixou o povo e entrou em casa, os seus discípulos perguntaram-lhe acerca da parábola. Respondeu-lhes: Sois também vós assim ignorantes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode tornar impuro, porque não lhe entra no coração, mas vai ao ventre e dali segue sua lei natural? Assim ele declarava puros todos os alimentos. E acrescentava: Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem.
Marcos 7:17-23

Então vamos por partes. Não vou defender o uso de jóias. Também não vou ser contra. Tentarei ser imparcial, objetivo, neutro e usarei o Sola Scriptura. Comecemos das Origens.

Origens das Jóias
Deus fez todo o ouro, prata, e pedras preciosas do mundo (Sl 24:2) e pretendia usa-las de maneira prática. Como esses minerais são raros e valiosos, eles começaram a ser usados como moeda.
Com o passar do tempo, o povo começou a usar seu dinheiro a fim de impressionar os outros com sua riqueza. Quando os compradores iam ao mercado para comprar algum item caro, eles simplesmente tiravam um de seus anéis ou braceletes, e efetuavam o pagamento.
Depois que Rebeca deu a beber aos camelos do servo de Abraão, a Bíblia diz que ele "pagou" a ela dessa maneira. (Gên. 24:22).
Quando em exodo 35 os filhos de Israel trouxeram uma oferta ao Senhor, para construir o tabernáculo, eles usaram as jóias que tinham "recebido" dos egípcios (Ex 11:2 e 12:35-36). ESSE ERA SEU DINHEIRO.
Os problemas começavam quando os Israelitas começavam a se vangloriar e exaltar exibindo suas jóias, ops, dinheiro. Por isso, todo ato de purificação, exigia a retirada de jóias (Gn 35:1-4). Seria certo o Cristão exibir sua riqueza? Não. Isso é cobiça. E cobiça é pecado (I Tim. 6:10).
Portanto, nossa primeira conclusão é que a proibição do uso de jóias no Antigo Testamento está ligado ao "exibicionismo".

O uso de Jóias no restante do Antigo Testamento
Não vou avaliar verso por verso, claro. Mas no restante do Antigo Testamento o uso de jóias foi tratado de modo indiferente. Usar jóias era como usar uma camisa preta: tem gente que usa. Gostam de usar preto. Tem gente que não usa. Não gosta.

Salomão insinua várias vezes no livro de Cantares que Sulamita, sua esposa, usa jóias. E perfume da mais alta qualidade. E tratamento de pele.

Jeremias descreveu bem a atração que as mulheres judia tinha pelas jóias, quando disse:

Acaso se esquece a virgem dos seus adornos?(Jeremias 2:32).

As mulheres hebréias usavam pulseiras, colares, brincos, anéis de nariz, e cadeias de ouro. Tanto as mulheres como os homens hebreus usavam braceletes ou pulseiras (Gênesis 24:30). Hoje, os povos do Oriente próximo consideram o bracelete de uma mulher como emblema de elevado status ou realeza, como provavelmente era nos tempos de Davi (II Samuel 1:10). O bracelete da mulher comum podia ter sido usado no pulso, como o é hoje (Ezequiel 16:11).

Apesar de Jezabel, algumas passagens dão a entender que Deus gostava das mulheres bem adornadas. Inclusive usando pearcings!

Repare seu desabafo contra Jerusalém em Ezequiel 16, comparando a cidade santa a uma mulher que ele cuidou muito bem e que depois não soube reconhecer seus cuidados.

Também te vesti de bordados, e te calcei com pele de dugongo (uma espécie de peixe boi), cingi-te de linho fino, e te cobri de seda. Também te ornei de enfeites, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao pescoço. E te pus um pendente no nariz, e arrecadas nas orelhas, e uma linda coroa na cabeça. Assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, de seda e de bordados; de flor de farinha te nutriste, e de mel e azeite; e chegaste a ser formosa em extremo, e subiste até a realeza. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, graças ao esplendor que eu tinha posto sobre ti, diz o Senhor Deus.
Ezequiel 16:10-14

Em outra passagem lemos o seguinte:

Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da salvação. Envolveu-me com o manto de justiça, como um neo-esposo cinge o turbante, como uma jovem esposa se enfeita com suas jóias.
Isaías 61:10


Ou seja, a alegria da salvação é comparada às vestimentas de uma jovem esposa, que se enfeita com suas jóias!

No Novo Testamento
É baseado em dois versos bíblicos que os que falam mal de jóias as proíbe. Um se encontra lá em 1 Pe 3:3-4. O outro está em 1 Tm 2:9-10. Pedro e Paulo proíbem claramente algo. Mas não é o que muita gente anda falando por aí...

Analisemos os versos. Tiro os dois da Bíblia de Jerusalém (a melhor tradução disponível em língua portuguesa):

Não consista o vosso adorno em exterioridades, como no traçado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, nem no trajar vestes finas, mas nas qualidades pessoais internas, isto é, na incorruptibilidade de um espírito manso e tranqüilo, que é coisa preciosa diante de Deus.
I Pe 3:3-4


Primeiro é necessário vê que a temática do verso é submissão e santidade (I Pe 3:1).

Depois, Pedro ensina que a beleza da mulher cristã (a VERDADEIRA BELEZA) está no seu INTERIOR e não no seu exterior.
A mulher deve buscar o “enfeite espiritual”. É a santidade e a “submissão” que tornam a mulher crente louvável. Isto é diferente de dizer que as mulheres cristãs não devem se arrumar com jóias. Leiam e releiam o verso novamente até isso ficar claro. O adorno não deve consistir em exterioridades... mas nas qualidades pessoais internas.

Que a mulher não deve ser escrava da vaidade, isto é uma verdade. E um fato. Mas daí dizer que a Bíblia proíbe a mulher de se arrumar, ou de usar uma jóia, é forçar as Escrituras.


Quanto às mulheres, que elas tenham roupas decentes, se enfeitem com pudor e modéstia; nem tranças, nem objetos de ouro, pérolas ou vestuários suntuosos; mas que se ornem, ao contrário, com boas obras, como convém as mulheres que se professam piedosas.
I Tm 2:9-10

Mais uma vez vemos que a temática do capítulo é a mesma do analisado anteriormente: santidade e submissão. Paulo até diz que a mulher deve se enfeitar, mas com pudor e modéstia. Depois ele afirma que as mulheres não devem por tranças, objetos de ouro, pérolas ou vestuários SUNTUOSOS. Leia e releia o verso até vê claramente essa sequência. A temática condenada por Paulo é o exagero. O adorno feminino deve ser as boas ações.

Por fim, se formos usar "a mesma medida" de proibições sem contextualizações, proibiriamos as mulheres de usar tranças (I Tm 2:9), elas teriam que usar véu (I Cor 11:5 e 6)
ou então seria vedado às mulheres o direito de pregar ou dar estudos bíblicos (I Tm 2: 11 e 12). E isso (lógico) é algo preconceituoso e que nenhum cristão em sã consciência iria aceitar.

Conclusão
Como vimos,
não há na Bíblia instrução contra uso de jóias, mas princípios que devem nortear o viver cristão. Entre eles estão a importância do adorno interior (I Pe 3:3 e 4), a modéstia Cristã (I Tm 2: 9 e 10). Esses principios podem ser aplicados não só ao uso de jóias, mas a outras coisas também.

Não acho uso de jóias pecado. Nem vejo tal condenação com base bíblica. O que vejo é que uma jóia NÃO revela mal caráter. E a ausência de jóias NÃO garante bom caráter. Se a mulher quer ficar mais bonita, é um direito dela. E não devemos pegar no pé (nem confundir beleza com vestes que incitam o pecado, ok?) de questões "superfulas", visto que existe coisas mais importantes para o cristão se preocupar (Mc 7:17-23).

Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.
1 Co 10:31

Por fim, é bom lembrar que a pior vaidade é a espiritual. Foi justamente essa que fez Lúcifer e os fariseus caírem.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A Aposta da Pascal

A Aposta de Pascal, criada por Blaise Pascal, longamente apresentada no livro "Pensamentos", não é um argumento direto da existência de Deus. É um argumento que poderá ser considerado calculista, a favor de um comportamento humano de acordo com a existência de Deus, seguindo a "razão do coração". Este argumento tem mais ou menos o conteúdo que se segue:

  • Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, será beneficiado com a ida ao paraíso.
  • Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, não terá perdido nada.
  • Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, não terá perdido nada.
  • Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, você irá para o inferno.

No entanto, este argumento é uma maneira muito tendenciosa para se tentar convencer as pessoas da possibilidade da existência de Deus. Se analisado, constataria-se que é uma falácia Argumentum ad Baculum (Apelo à Força). A Aposta de Pascal afirma que se deve acreditar no Deus judaico-cristão. Porém existem milhares outros deuses a serem considerados como existentes ou não. A crença no "deus errado", de acordo com a maioria das religiões, é punida da pior maneira possível. Portanto, as chances de acertar acreditando no Deus judaico-cristão são muito menores do que o estipulado por Pascal (50%).

Outra coisa a se considerar é o fato de existirem "deuses não-documentados" com propriedades bem diferentes do que as estipuladas pela Bíblia: onipresença, onisciência, onipotência, benevolência etc. do tipo

Esta "aposta" nos leva a acreditar em algum deus, com o pressuposto que isto é vantajoso você estando certo e insignificante se estiver errado. Depois basta a você escolher o seu deus, se será um Deus supremo, criador de todas as coisas e auto suficiente. Ou deuses com poderes limitados que necessitam até mesmo da existencia de um outro deus superior a este.

A Aposta de Pascal também pode ser usada para tentar-se provar que outras religiões estejam certas, como trocar as Escrituras pelos Evangelhos, ou peloCorão, por exemplo. No entanto, o resultado, se devidamente analisado, mostrará que as possibilidades de se crer no deus estipulado são mínimas. A conclusão sobre o assunto é variável de acordo com as crenças de cada um. A Aposta, no entanto, independentemente das controvérsias religiosas, é um interessante jogo de raciocinio.

É de Blaise Pascal a frase "O coração tem razões que a própria razão desconhece". No fundo, a "aposta" nada mais é do que o homem seguir a "razão do coração", que diz que é somente em Deus que o coração humano pode verdadeiramente repousar. E, enquanto isso não acontece, permanece inquieto, como diria Santo Agostinho no começo do livro "Confissões".

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ciência ou religião?

André Petry escreveu um artigo sobre o ensino do criacionismo nas escolas. Até aí tudo bem. Como todo bom jornalista ele tem total direito e liberdade de opinar. Como um dos editores da maior revista do Brasil (e 4º do mundo) era de se esperar que ele trouxesse algo a polêmica. Porém o que se viu (como bem disse o Michelson Borges) foi um monte de artigo já surrado. Todo o artigo parece um monte de CTRL + C, CTRL + V.
Escolas Confessionais
A primeira falácia de Petry é com relação as escolas confecionais. Ele cita as escolas Adventistas e a Mackenzie como dissiminadoras de tais "heresias".
Primeiro eu pergunto: qual o problema Senhor Petry? Pelo que já vi, as escolas estão ensinando as duas coisas: ensinam as "verdades cientifícas" da evolução e ensinam qual o entendimento que, como religiosos, tem da questão. Ou será que agora as escolas cristãs vão ter que negar a sua própria natureza?
O Reinaldo Azevedo disse bem em seu blog: "Resta evidente que as escolas não estão fazendo opções radicais, excludentes. Ademais, ainda que estivessem, as famílias têm o direito de escolher que educação querem dar a seus filhos, segundo sua história, sua religião, suas tradições. Ou, agora, vamos proibir as escolas judaicas, por exemplo, de expor a sua visão de mundo aos estudantes? É incrível como o preconceito anticristão vem sempre vazado numa perspectiva supostamente iluminista e de combate ao preconceito, quando, de fato, o que se tem é o contrário. A teologia vigente nas escolas, religiosas ou não, que precisa ser combatida é outra: a vigarice esquerdopata, o marxismo de fancaria."

A evolução é fato. E aí de quem discordar.
Uma das coisas que eu acho mais engraçado nesses argumentos que vem com preconceitos anti-cristãos é o fato de que eles acabam se tornando o que combatem. Explico melhor: o Richard Dawkins vive dizendo que não se pode desafir um cristão porque eles são uns fundamentalistas que acreditam em determinadas coisas só porque está escrito num livro. E ponto final. Aí de quem discordar deles...
Infelizmente, determinados tipos de cristãos de agido assim. Mas não é porque uma maçã é podre que todo o cesto está podre. Não. O próprio Jesus dizia para examinar as escrituras. Os Cristãos tem evidências suficiente nas profecias para crerem que estão seguindo um Deus que deixou um livro inspirado.
Agora , aí de quem discordar do Dawkins e CIA. Você seria um herege, irracional, que não pensa. "Não, o criacionismo é ilógico. Ponto. Porque? Porque você está me perguntando isso? A ciência diz e ponto final".
Sinceramente, acho que os fundamentalistas são outros...

Ciência ou religião?
Duvide da teoria de Darwin num curso de biologia, e a Santa Inquisição aparecerá logo logo. Só que com uma roupagem acadêmica.
Ciência e religião estão cada vez mais trocando os papéis. Concordo com William Hurlbut, em texto publicado na Folha de S.Paulo em janeiro de 2006: "A ciência ultimamente lembra mais a religião do que qualquer outra coisa. Como conseqüência, ela sofre dos mesmos problemas que historicamente afetaram a religião: triunfalismo, arrogância e falta de autocrítica."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O mal existe?

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:
- Deus fez tudo que existe ?
Um estudante respondeu corajosamente:
- Sim, fez !
- Deus fez tudo, mesmo ?
- Sim, professor - respondeu o jovem.
O professor replicou:
- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o Mal, pois o Mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é o Mal.
O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:
- Posso lhe fazer uma pergunta, professor ?
- Sem dúvida - respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
- Professor, o frio existe ?
- Mas que pergunta é essa ? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio ?
O rapaz respondeu:
- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
- E a escuridão, existe ? - continuou o estudante.
O professor respondeu:
- Mas é claro que sim.
O estudante respondeu:
- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço ? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo ? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
- Diga, professor, o Mal existe ?
Ele respondeu:
- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o Mal.
Então o estudante respondeu:
- O Mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O Mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o Mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O Mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Entrevistando Deus

Certo dia um homem marcou uma entrevista com Deus. Ele pensava que Deus, muito atarefado, não teria tempo para coisas triviais. Mas ele se enganou.
Um dia ele recebeu um bilhete deu Deus. O Senhor disse que a entrevista seria feita numa Igreja Anglicana ali perto. Isso às 3h da tarde.
O homem desconfiou que aquilo poderia ser uma brincadeira de mal gosto. Mesmo assim, foi até a igreja Anglicana. Afinal, pensava ele, não iria perder nada. Talvez uma semana de gozação, mas nada mais que isso.
Chegou lá às 2h45min. Ficou esperando. A igreja estava deserta.
Espero mais um pouco. Um relógio grande, acima da porta principal, apontava a hora: 2h59min.
Por fim, deu 15h. Ele deu uma risada de deboche para si mesmo e pensou: como sou tolo, estou esperando Deus para uma entrevista. bah... nem ao menos tenho certeza que ele existe...
Mas antes de terminar o seu pensamento alguém chamou seu nome.
- Isaque?
- Oi - disse Isaque um pouco confuso.
- Como combinado. Estou aqui!
Isaque não conseguia dizer uma palavra se quer. Ele não acreditava no que estava vendo. Um homem magricelo e alto se aproximou dele. Estava com um ternó preto e uma gravata vermelha.
- Como sabe meu nome?
- Isaque meu filho, antes de você existir EU SOU!
Isaque entendeu na hora. Uma ponta de medo e alegria encheu o seu espirito. Ele ficou olhando o homem sentar-se no piano e tocar delicadamente.
- Você gosta de
Guillaume Dufay?
- Não... - disse Isaque atônito - eu... eu... eu pensei que o Senhor só se agradasse da música sacra.
- Isso é uma confusão que alguns dos meus filhos costumam fazer.
Isaque não sabia o que dizer. Estava atônito demais para perguntas qualquer coisa. Deus estava na sua frente tocando a 9º Sifonia de Beethoven.
- Parece que agora você relaxou mais...
- Eu não gosto muito de música profana - disse Isaque rispidamente.
- É o seu gosto. Tem que ser respeitado. Mas e aí, essa entrevista sai hoje? - disse Deus dando uma risadinha.
Aquele Deus era tudo, menos o Deus que Isaque esperava. Ele parecia um tanto engraçado. Tocava e cantava como um menino de 6 anos que quer se amostrar para os pais. E era cheio de piadinhas. Não, definitivamente aquele não era o Deus que Isaque esperava. Seu Deus tinha que ser um Deus sério. Religioso. Culto.
Um turbilhão de pensamentos rodava sua cabeça. Deus estava lá, tocando e cantando Jubilosos. Ele estava sentado no primeiro banco.
- Venha aqui e sente-se perto de mim cabra.
- Onde? Não estou vendo outro banco.
- Ué... sente-se no chão rapá! Ta querendo muito luxo.
Isaque simplesmente não acreditava no que estava ouvindo. Definitivamente, aquele não era o Deus que ela ia adorar todo sábado numa Igreja Adventista perto de sua casa. Não, não podia ser... Se era Deus, porque ele marcaria uma reunião numa Igreja Anglicana oras? Não era a Igreja Adventista a remanescente que guarda o testemunho de Deus e tem a fé em Jesus? E não era o seu Deus um Deus sério. Sisudo. Reverente. Como... Como poderia falar com ele daquele jeito? E mais: manda-lo sentar no chão! Não, definitavamente aquele não era o Deus de Isaque.
- Essas perguntas saem hoje? - disse Deus
- Você não é Deus.
- Porque não?
- Você está muito...
- Muito o que Isaque? Engraçadinho? Gaiato? Chato?
Isaque ficou calado.
- Isaque, Isaque - disse Deus - Eu sou seu amigo. Aquele amigo que você queria ter mas não tem. Mas você me vê como um pai que te dá ordens e não quer nada pessoal.
Isaque continuou calado e triste.
- Então, eu queria um tempinho seu - disse Isaque tomando coragem.
- Temos simplesmente uma eternidade. Dá pra tu?

Isaque olhou para Deus e perguntou:
- O que mais O surpreende na humanidade?
- Que se aborreçam de ser crianças e queiram logo crescer e aí, desejem ser crianças outra vez - disse Deus rindo - Acho engraçado porque vocês desperdiçam a saúde para fazer dinheiro e aí perdem dinheiro para restaurar a saúde.
Isaque achou aquilo engraçado. Já tinha pensado sobre isso outras vezes. Deus continuou falando:
- Vocês pensam ansiosamente sobre o futuro e esquecem o presente. Dessa forma não vivem nem o presente, nem o futuro. Vocês vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.
Deus depois começou a tocar Yesterday, dos Beatles.
- O que foi Isaque?
- Nada, eu só...
- Bom, essa música combina com a pergunta, não achas?
Isaque não sabia o que dizer. Ficou ouvindo em silêncio.
- Eu toco bem?
Isaque olhou pra ele sério e depois deu uma risada.
- Va lá rapaz, mande a próxima.
- O que o Senhor gostaria que nos aprendessemos?
Deus começou a tocar Mais Perto Quero Estar. Olhou para Isaque, deu um sorriso e respondeu:

- Eu gostaria que vocês aprendessem que não podem fazer com que ninguém os ame. O que podem fazer é que se deixem amar.
Vocês tem que aprender - continuou Deus - que o mais valioso não é o que têm na vida, mas quem têm vida. E que uma pessoa rica não é a que tem mais, mas a que precisa menos. E que dinheiro pode comprar tudo, exceto felicidade.

Deus parou de tocar e olhou para Isaque bem sério.

- Eu gostaria que vocês aprendessem que só é preciso alguns segundos para abrir profundas feridas nas pessoas amadas... e que é necessário muitos anos para curá-las. Vocês precisam aprender a perdoar, praticando o perdão.
Isaque pensava em cada palavra que Deus dizia. O Senhor pegou nas mãos de Isaque e continuou:
- Vocês, humanos, precisam aprender que há pessoas que os amam muito... mas que simplesmente não sabem como expressar ou demonstrar seus sentimentos. Eu gostaria que vocês aprendessem que duas pessoas podem olhar para a mesma coisa e vê-la totalmente diferente. E que um amigo verdadeiro é alguém que você sabe tudo sobre ele e gosta dele mesmo assim. Quero que aprendam que não é suficiente que vocês sejam perdoados, mas que se perdoem a si mesmos.

Todas aquelas palavras faziam sentido para Isaque. Muito sentido. Deus parecia ler o íntimo do seu coração. Deus sentou no chão, ao lado de Isaque e disse:

- E você Isaque? Sabemos que tem coisas que você precisa aprender. Você precisa aprender que
não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. Você tem que aprender que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Você precisa saber que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida...

- E por último - continuou Deus - quero que saiba
que devemos deixar as pessoas que amamos com
palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejamos. E
que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve...

Depois disso Deus sumiu.

Isaque acordou. Em casa, ele começou a refletir sobre tudo aquilo.

Como amar

Certo dia um sábio recebeu a visita de um homem que dizia já não amar mais sua esposa. Ele ja estava pesando em separar-se.
O sábio escutou... olhou em seus olhos, disse apenas uma palavra:
- Ame-a
E se calou.
- Mas eu já falei: Nada sinto por ela - disse o homem.
- Ame-a - disse o sabio novamente.
Percebendo o desconforto do homem, depois de algum tempo em silêncio, o sabio explicou:
- Amar é uma decisão, não um sentimento, amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um execício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja perparado porque haverá pragas, secas exessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame o seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire-o e comprenda-o.
Isso é tudo!

Depois disso, o homem voltou pra casa calado e pensativo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O que eu penso sobre os homossexuais

Ps: O artido está grande e ainda não foi revisado, mas vale a pena ler!

O assunto é áspero. Delicado. Indigesto. Não se gostam muito de falar, comentar, etc. Um dos lados sempre tende a cair no preconceito. E assim vai...
Falar sobre os homossexuais é complicado. Dificilmente alguém não tem preconceito. E existe sempre algumas falácias. E é por elas que eu gostaria de começar esse artigo.

Falácias
A primeira falácia é a do falso dilema. Ou seja, dão um limitado número de opções (duas), quando de fato há mais. Usam ilegitimamente o operador "ou". Pôr as questões ou as opniões em termos de "ou sim ou não" gera, com frequência, essa falácia. E no caso homossexual isso é notório. Os dois lados não dão brecha. Ou você é a favor, ou você é contra.
Eu posso não concordar com a prática homossexual, mas se for a favor de casamento gay (dizem os que são contra) estarei sendo conivente. Estarei incentivando. E estarei sendo a favor da prática homossexual. Isso parece que o "forte argumento" dos militares na ditadura. A famosa frase "Brasil: ame ou deixe" sintetiza bem esse dilema.
Um falso dilema. Eles podem se casar porque a constituição, em teoria, exige igualdade para todos. Não porque eu concorde com essas práticas.
Uma segunda falácia é a da linguagem preconceituosa. Se você for contra a prática homossexual, então é homofóbico. Isso é uma espécie de estratégia do movimento GLBTT. Termos carregados e emotivos são sempre usados para ligar valores morais à crença na verdade da preposição. Parece complicado, mas com alguns exemplos nos damos uma luz ao assunto.
Na frase: "Os portugueses bem intencionados estão de acordo em plebiscitar à pena de morte" sugere explicitamente que se você não concorda com a pena de morte, então não é bem intencionado.
Na frase: " O primeiro ministro pretende que as novas taxas de juro ajudarão a diminuir o déficit" é contruída de tal forma que o uso de "pretende" sugere que o primeiro ministro está errado.
Sendo assim, eu posso ser contra a prática homossexual. E nem por isso sou homofóbico. Ou preconceituoso. Apenas não concordo. Isso não faz de mim um conservador atrasado. Ou algo do tipo.

Casamento Gay
A pergunta que insisto sempre em fazer: se todos somos iguais perante a lei, está certo alguns brasileiros terem mais beneficios do que outros?
Quando falo que sou a favor do casamento gay, é nesse ponto que me concentro. Não que eu seja conivente. Longe disso. Mas eles precisam ter direitos iguais aos heteros. Eles pagam os mesmos impostos? Sim. Estão sujeitos as mesmas leis? Sim. Então nada mais justo do que terem os mesmos beneficios.
Atualmente, os homossexuais possuem 37 direitos a menos. Uma desses direitos é não autorizar cirugia de risco, por exemplo. Pensemos bem: isso está certo?
A nossa constituição é clara. O artigo 5º diz:


"TODOS são iguais perante a lei, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade."

Portanto, para termos uma sociedade mais justa e um país sadio, é necessário que essa igualdade se concretize. Inclusive com os gays.
Aceitar que duas pessoas do mesmo sexo se casem e sejam reconhecidas como família é um ato doloroso para boa parte dos brasileiros. Mas não há outro jeito de termos uma sociedade mais igual. Ser tolerante é um exercício que requer cuidado diário. Exatamente como o casamento!
Dois últimos detalhes: 1º As pessoas que são contra casamento gay não são preconceituosas. Certa vez meu professor de filosofia deu boas razões para não aceitar. Os Cristãos também tem boas razões para discordarem. E isso não faz deles um bando de homofóbicos. Eles apenas não concordam.
2º quando me refiro a casamento gay, falo em casamento no civil. EM HIPÓTESE NENHUMA OS GAYS PODEM CASAR NUMA IGREJA QUE SE DENOMINA CRISTÃ. Nem exigirem isso porque a liberdade religiosa dos cristãos tem que ser respeitada. No paragráfo IV e VI do artigo 5º da constituição ressalta isso claramente. Dizem o seguinte:

IV - é LIVRE a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI - é INVIOLÁVEL a LIBERDADE de consciência e de CRENÇA, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a PROTEÇÃO aos locais de culto e a suas LITURGIAS;

Homossexualidade na Bíblia
Com base no que já vimos até aqui, no nosso país temos liberdade de crença. Sendo assim, os cristãos podem perfeitamente ententer homossexualidade como pecado. Para provar isso, vou mostrar a opnião de Paulo, escritor Bíblico.
Em I Corintios 6: 9 e 10 lemos o seguinte:

"Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, NEM OS AFEMINADOS, NEM OS SODOMITAS, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus".


Para termos uma correta compreesão do que Paulo está dizendo, faço algumas perguntas:


1. A que Paulo está se referindo, quando ele relaciona essa lista de vícios?
Reposta: A estilos de vida. A formas repetitivas de comportamento. A hábitos de mente e de ação. Ele não tem em mente queda pontuais seguidas de arrependimento, perdão e (com a ajuda de Deus) maior vigilância contra recaídas; mas estilos de vida nos quais alguns de seus leitores estavam se inserindo, acreditando que não havia nenhum dano neles, para o Cristão.

2. O que é que Paulo está dizendo sobre esses hábitos?
Resposta: Eles são caminhos pecaminosos e se não houver arrependimento e renúncia a esse caminhar, aquelas pessoas, que assim se identificam, estarão fora do Reino de Deus quanto à salvação. Claramente identificamos na atitude expressa por essas pessoas, auto-indulgência, auto-gratificação, ausência de auto-disciplina e de abnegação bem como uma falta de discernimento moral subsistindo no fundo de seus corações.

3. O que Paulo está dizendo sobre a homossexualidade?
Resposta: Aqueles que declaram pertencer a Cristo deveriam evitar a prática de conexão física com o mesmo sexo com fins de gratificação sexual, seguindo o modelo do coito heterossexual. As expressões de Paulo - "afeminados" e" sodomitas" (homens que praticam a homossexualidade, como temos em algumas traduções) se referem às duas palavras gregas que identificam as pessoas envolvidas nesses atos. A primeira, arsenokotai, significa, literlamente," aquele que se deita com um macho" - isso parece suficientemente claro. A segunda palavra, malakoi, é utilizada em muitas conexões com o significado de "não masculino", "relativo à mulher" e "afeminado"; aqui a referência é à pessoa do sexo masculino que se presta ao papel da mulher no contato sexual físico.
Neste contexto, no qual Paulo utiliza dois termos para caracterizar desvios comportamentais sexuais, não existe campo para duvidar o que passava em sua mente. Ele deve ter conhecido, como cristãos contemporâneos O seu ponto é que os cristãos têm que resistir esses impulsos, uma vez que exteriorizá-los em ação não pode agradar a Deus e demonstrará impenitência letal. Romanos 1.26 mostra que Paulo haveria falado de forma similar quanto ao comportamento lésbico, se existisse razão para ser mencionado nesta mesma passagem.

4. O que é que Paulo está afirmando sobre o evangelho?
Resposta: aqueles que, como pecadores perdidos, entregam-se a Cristo em fé genuína assim recebendo o Espírito Santo, como todos os cristãos o recebem (ver Gl 3.2), recebem transformação nessa transação. Eles recebem uma limpeza de consciência (a lavagem do perdão), a aceitação da parte de Deus (justificação) e a força para resistir e não externar as tentações específicas que experimentam (santificação). Com alguns crentes da igreja de Corinto, Paulo estava celebrando o a concessão de poder moral advindo do Espírito Santo, no campo heterossexual; junto com aqueles membros da igreja de Corinto, os homossexuais de hoje são conclamados a provar, viver e celebrar o recebimento deste poder moral do Espírito Santo, no campo homossexual. Todos nós sofremos tentações sexuais, de uma maneira ou de outra, mas podemos todos caminhar a jornada da castidade, assim possibilitados pelo Espírito, agradando, desta forma, a Deus.

Natureza homossexual
Um novo argumento que o movimento GLBTT trouxe a tona é que o homossexualismo é algo natural. Assim como heteros. Para cofirmar isso eles vão ao mundo animal. Existe homossexualidade no mundo animal? Sim, existe. Outro dia o Museu Natural de Oslo apresentou uma exposição sobre a homossexualidade no mundo animal. Isso para mostrar que os desvio sexual é natural. Logo, não é pecado.
Falácia. O dicionário define natural como o que é feito de acordo com a propriedade das coisas. A wikipédia define como "normalidade", "estado padrão das coisas".
É normal comer pela boca. Mas posso tentar comer pelo ouvido. Sou livre. O que eu não posso fazer é pretender que as pessoas aceitem minha atitude como natural.

Conclusão
Homossexualismo é pecado? Biblicamente sim, como foi mostrado. É natural? Não, devido a anatomia humana e todo o bla bla bla filosófico. Mas eles podem se casar? Sim, é um direito deles.

Espero que tenha esclarecido minha opnião sobe o assunto. E desde já, que não apareça mal entendidos...

Referências
1. J.I. Packer, Porque me retirei da Igreja Anglicana
2. Alejandro Búllon, Sinais de Esperança
3. Against Nature? An Exhibition on Animal Homosexuality, www.nhm.uio.no/againstnatu/index.html
4. Revista Superinteressante, julho de 2004
5. Guia de Falácias Lógicas do Stephen

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A Ley de Murphy e as religiões

1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

2. Nas religiões, amigos vêm e se vão, inimigos se acumulam.

3. As crianças das igrejas são incríveis. Em geral, elas repetem palavra por palavra aquilo que você não deveria ter dito.


4. Tudo é possível. Apenas não muito provável.


5. Se na igreja há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que causar mais prejuízo.


6. Depois do culto, conversas sérias, que são necessárias, só acontecem quando você está com pressa.


7. As outras denominações religiosas são sempre mais espirituais, animadas e acolhedoras.

8. Para os pais da igreja que são cuidadosos, não se dorme até que os filhos façam cinco anos.

9. Para os pais da igreja que são cuidadosos, não se dorme depois que eles fazem quinze.

10. Nas igrejas, pais que te amam não te deixam fazer nada. Pais liberais, não estão nem ai para você.


11. Aborto e anti-concepcionais são proibidos até sua mulher está gravida.

12. Células-tronco são proibidas até você (ou alguém próximo) está precisando delas.

13. Por mais bem feito que seja o seu trabalho na igreja, o padre, o pastor ou o ancião sempre achará onde criticá-lo.


14. Nas religiões toda solução cria novos problemas.


15. Toda vez que se menciona alguma coisa nas reuniões administrativas da igreja: se é bom, acaba; se é ruim, acontece.


16. Nas religiões, toda idéia revolucionária provoca três estágios:
1º. "É impossível - não perca meu tempo."
2º "É possível, mas não vale o esforço."
3º "Eu sempre disse que era uma boa idéia.
"

17. Quando os líderes das religiões falam que a igreja errou ou em corrupções, os verbos são sempre usados no passado.


18. Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, então você não precisa de conselho.


19. Errar é humano. Perdoar não é a política da igreja.


20. Se
um irmão ficar com raiva de você por 4 motivos diferentes e você conseguir dribla-los, um quinto motivo surgirá do nada.

21. Seis fases de um projeto nas igrejas: Entusiasmo; Desilusão; Pânico; Busca dos culpados; Punição dos inocentes; Glória aos não participantes.


22. Cada líder de Departamento da igreja parte do pressuposto de que você não tem mais o que fazer, senão trabalhar no departamento dele.


23. Se sua vida for uma droga, você vai reencarnar.


24. Nas religiões, acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.


25. Quando se faz um projeto para reformar a igreja, o orçamento necessário é sempre o dobro do previsto. O tempo necessário é o triplo.


26. Crianças nunca ficam quietas para tirar fotos na igreja. E sempre ficam absolutamente imóveis diante de uma câmera filmadora na igreja.


27. Nos manuais de igreja, o número de exceções sempre ultrapassa o numero de regras. E há sempre exceções às exceções já estabelecidas.


28. Seja qual for o defeito do aparelho de som da igreja, ele vai desaparecer na frente de um técnico, retornando assim que ele se retirar.


29. Confiança é aquele sentimento que você tem antes de compreender a situação.


30. Na vida religiosa, nada é tão ruim que não possa piorar.

31. Se você está se sentindo bem na igreja, não se preocupe. Isso passa.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Lucas, o médico amado

Sempre gostei do Lucas. Isso é engraçado porque um dos meus personagens bíblicos preferidos não é muito citado. Só existem três referências rápidas a ele no Novo Testamento. Mesmo assim, continuo a admira-lo. Lucas é autor do terceiro evangelho e do livro de Atos. No inicio do evangelho que leva seu nome, ele diz que não foi testemunha ocular dos fatos que escreveu. O evangelista entrevistou pessoas que viram as obras de Jesus Cristo. Com base nisso, decidiu escrever um evangelho contando os fatos da vida do nosso Salvador. Ultimamente venho estudando bem a história de Lucas. Pense em escrever um romance contando a história dele. Seria um privilégio ter Lucas como tema do meu primeiro romance publicado. Talvez alguma editora Cristã se interesse pelo livro (e peço que você orem para que isso aconteça). Baseado tudo o que eu estudei até agora, vou escrever um rápida biografia de Lucas. A Daniella, que gosta de biografias, deve gostar.

Nascimento e Adolescência

Lucas não era hebreu e sim gentio. Não há dados preciso sobre sua vida. Segundo a tradição, era natural de Antióquia (cidade situada hoje em território pertencente a Síria). Ele viveu no século I d.c., mas desconhecemos a data exata so seu nascimento e da sua morte. Na Adolescência, Lucas estudou artes e ciências. Particularmente retórica e medicina. Há quem afirme ter sido um hábil pintor. Paulo chama Lucas de médico amado e os versados em grego afirmam que o autor do evangelho de Lucas e do livro de Atos era alguém de uma cultura refinada.

O discípulo fiel

Depois de convertido ao cristianismo e tornou-se discípulo e amigo de Paulo de Tarso. Paulo o chamava de colaborador e de médico amado. Segundo o Atos dos Apóstolos e as Cartas de Paulo, Lucas acompanhou o apóstolo Paulo em sua segunda viagem missionária de Trôade a Filipos, onde permaneceu por seis anos seguintes. Depois novamente acompanhou Paulo, desta vez numa viagem de Filipos a Jerusalém (57-58) [9]. Também esteve presente na prisão do apóstolo em Cesaréia e o acompanhou até Roma [10] Com a execução do apóstolo e seu mestre (67), deixou Roma e, de acordo com a tradição cristã, enquanto escrevia seu Evangelho, teria pregado em Acaia, na Beócia e também na Bitínia, onde teria morrido (70).

Detalhes da sua vida

Lucas possuía sólida cultura cientifica e literária. Nunca se casou e nunca teve filhos. Escreveu o seu evangelho na língua grega. Possivelmente a pedido de Paulo (que pregava aos gregos). Lucas certamente conversou com a Maria (mãe de Jesus), Zaquel, Maria Madalena, e muitos outros personagens que só ele cita ou dá detalhes que os outros evangelistas passaram por cima.

Morte

A única "certeza" é que ele morreu com 84 anos.
Alguns manuscritos referem que Lucas morreu em Tebas, capital da Beócia no ano 70 d.c. São Jerônimo foi que afirmou essa hipótese. Já Nicéforo conta que o evangelista morreu mártir, vitima da perseguição dos romanos ao Cristianismo, tendo sido enforcado pelos pagãos. Alguns afirmam que ele foi martirizado em Patras. Outros dizem Roma. Outros ainda dizem que sua morte ocorreu na Bítinia.

Fontes que registram Lucas

A primeira referência a Lucas encontra-se em Filemon 1:24. É mencionado também em Colossenses 4:14. Por último, Paulo o cita em II Timótio 4:11. A segunda menção mais antiga a Lucas encontra-se no "Prólogo Anti-Marcionita ao Evangelho de São Lucas". É um documento que, apesar das controvérsias, é datado do século II. Diz o seguinte:
Lucas é um Sírio de Antioquia, Sírio pela raça, médico de profissão. Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde seguiu a Paulo até ao seu martírio. Tendo servido o Senhor com perseverança, solteiro e sem filhos, cheio da graça do Espírito Santo, morreu com 84 anos de idade.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Conversando com Deus - Jonas 4

Esse conto se encontra no capítulo 4 do livro de Jonas. A versão utilizada é a Nova Tradução Bruno Ribeiro Corrigida. Boa leitura!

- Por quê? Eu não entendo, Deus. Onde o Senhor está?

O homem andava de um lado para outro com o rosto vermelho de raiva.

- Deus, o Senhor está ouvindo? Fiz exatamente como o Senhor disse: Fui lá, disse áqueles pecadores o que estava para acontecer, e agora o Senhor volta atrás no que havia dito? O Senhor não cumpriu sua parte no trato. Veja só, Deus! Agora eu pareço um idiota! O que as pessoas vão pensar de mim? Que eu sou uma piada! Um charlatão, um perdedor... Eu só quero morrer, Deus, ok? Já que o Senhor não os matou, que tal me deixar morrer em vez disso? Eu estarei melhor morto! Deus? O Senhor esta aí?

Silêncio. Só se ouve o som do cascalho sob as sandálias do homem, seguido pela nuvem de poeira produzida quando ele se deixa cair no solo.

- Deus? Está quente, e eu estou cansado e com sede. Eu gastei o meu precioso tempo pregando aqui em Nínive, e agora pareço um idiota. Eu queria ir, queria? Eu não pedi esse trabalho! Mas o Senhor vai me deixar aqui sozinho? De jeito nenhum! E eu? Eu faço tudo isso para o Senhor, e o que recebo em troca?

Silêncio. Uma pequena planta está crescendo; suas raízes estão se infiltrando no solo.

- Bem, agora sim. Finalmente alguma sombra. Já era tempo de o Senhor fazer algo por mim. Agora se o Senhor pudesse fazer algo pela minha imagem... Minha reputação está péssima!

Silêncio. Só o barulho de um pequeno inseto, subindo na planta e comendo suas folhas.

- Deus, o Senhor acha isso justo? Minha planta se foi e eu estou com mais calor e mais sede ainda do que antes. Eu sigo a Sua vontade. Faço o que o Senhor diz, e como o Senhor me retribui? O Senhor me tranforma num mentiroso e me deixa sofrer no calor. Afinal de contas, que tipo de Deus é o Senhor?

Silêncio. E então Deus fala:

- Como é que você se importa mais consigo mesmo do que com uma cidade cheia de pessoas? Como é que você se importa mais com seu conforto presente do que com o conforto eterno de outros? Como é que você se importa com mais com uma pequena planta do que com uma cidade cheia de pessoas? Afinal de contas, que tipo de profeta é você?

Silêncio. Jonas abaixa a cabeça e chora.

Por que Jesus está demorando tanto?

- Alô. É da agência de viajens?
- É sim. Posso ajudá-lo?
- Acho que sim, não sei. Estive pensando em fazer uma grande viajem, e achei que talvez vocês pudessem me dar alguma informação.
- Certo. Para onde você quer ir?
- Para o Céu.
- Ah, o Céu. Bem, esse destino não tem sido muito procurado ultimamente.
- É, eu sei, mas tenho um lugar marcado num vôo particular.
- Só um minuto, vou verificar... Não, sinto muito, senhor, mas de acordo com nossas informações isso não é possível. Não existem vôos particulares para esse destino. A única maneira de chegar lá é voar pela companhia aérea Unidos.
- Unidos? Você deve estar brincando! Pensei que isso fosse algo exclusivo, entende? Tipo aquelas viajens que você marca com seis meses de antecedência e recebe certos privilégios especiais.
- Essa não é a informação que temos, senhor. Está realmente muito claro; o vôo é aberto ao público em geral.
- Você quer dizer que eu posso acabar me sentando ao lado de alguém que nem conheço?
- Isso mesmo, senhor.
- Vocês não tem nenhuma seção especial?
- Temo que não, senhor.
- E a bagagem? Ouvi dizer que nesse vôo não se pode levar bagagem.
- Acho que não posso confirmar essa informação, senhor. Aliás, nossos arquivos dizem que as pessoas precisam levar a bagagem; pelo menos alguns tipos de bagagem como esperança, amor, caráter... esse tipo de coisa.
- E minhas próprias idéias e teorias? Não gostaria de deixa-lás para trás...
- Nossa informação é que elas excederiam o limite de peso, senhor.
- Bem, então você poderia me informar sobre o horário de partida?
- Só um minuto. Vou verificar... hum, parece que esse vôo foi marcado para decolar algum tempo atrás, mas houve um atraso.
- Eu sei que houve um atraso! É por isso que estou ligando. O que eu quero saber é por que o vôo atrasou.
- Estão esperando por outro passageiro.
- Outro passageiro? Olhe aqui, sou um homem ocupado. Só porque alguém é desorganizado, eu não posso...
- Senhor...
- E vou lhe dizer mais uma coisa: esse pacote não é nada do que eu estava esperando. Não sei se...
- Perdão, senhor...
- O que é?
- Por acaso o seu nome seria Bruno?
- É, meu nome é Bruno. Bruno Ribeiro.
- Bem que imaginei. Em relação ao vôo, senhor...
- Sim?
- Eles estão esperando pelo senhor...

PENSE NISSO!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Os Adventistas e a pseudo democracia

"É estranha a motivação do deputado Nivaldo Manuel para romper com o esquema Cássio Cunha Lima. O deputado não quer concursos públicos no sábado, porque ele é um adventista. Mas, em democracia, ganha a maioria."
Jornal da Paraíba, 10 de Janeiro de 2009
Marcos Tavares

Engraçado como são as coisas. As pessoas usam palavras como "direitos iguais" para mostrar que todas as pessoas têm que ter os mesmos benefícios. Explico-me melhor: Se todos somos iguais perante a lei, está certo algumas pessoas terem mais benefícios que outros? A resposta óbvia é não. A resposta lógica é não. A resposta sensata é não. E a resposta democrática também é não.

Mas pelo visto, o Senhor Marcos Tavares, colunista do Jornal da Paraíba, não se tocou das "armadilhas da pseudo-democracia". Explico por que. E com exemplos.
Atualmente o debate sobre casamento homossexual pega fogo. Todo mundo grita e todo mundo tem razão. Os gays saem às ruas e reivindicam seus direitos. É justo que o façam. Eles têm direitos, como qualquer ser humano. Boa parte da imprensa pensa assim, mas... Tomando como base o pensamento do Sr. Marcos Tavares: se na democracia vence a maioria, então deveríamos ou não ter casamento gay?
Antes de responder a pergunta, é necessário partir do fato de que em pleno século 21 as pessoas entendem homossexualismo como anormalidade e doença. E essa opinião é maioria. Sendo assim, partindo do pressuposto de que democracia é a vontade da maioria, deveríamos ter casamento gay? Será que o Sr Marcos responderia que não?

Um professor de filosofia disse certa vez que a democracia mal usada é a "ditadura da maioria". Ele tem razão. Quando os Estados Unidos permitiram que brancos e negros se casassem, em 1968, 72% da população desaprovavam esse tipo de relação. Somente em 1991 é que pela primeira vez a maioria das pessoas afirmou não ver problemas no casamento inter-racial.
Agora pensem comigo: se vence a maioria (e 72% da população é uma bela maioria) então casamento entre brancos e negros deveria ser proibidos nos EUA até 1991? Ou melhor, casamento inter racial deveria ser proibido até quando? Até os americanos se tocarem da insanidade que estavam cometendo? E quando se tocariam?

NUNCA. Sabe porque? Se em 1968 casamento inter-racial não tivesse sido permitido, dificilmente a "mentalidade americana" mudariam em 1991. Na época isso foi um ato doloso para boa parte dos americanos. Mas não havia outro jeito de se ter uma sociedade mais igual (como manda a constituição).

E qual seria a diferença para pessoas de determinados grupos religiosos? Os Adventistas guardam o Sábado Bíblico. Segundo a constituição, eles têm total liberdade religiosa. Sendo assim, mais do que justos que os concursos públicos não sejam no sábado. Ou eles não têm esse direito?

Pergunto: Os Adventistas pagam os mesmo impostos dos não-Adventistas? Obedece a lei do mesmo jeito? Então, porque não ter sua liberdade religiosa respeitada? Custa alguma coisa os concursos públicos serem transferidos para segunda? Ou para terça? Ou para qualquer outro dia que as denominações religiosas não entendam como sagrado (até onde sei, sexta, Sábado e domingo são os únicos dias considerados sagrados para grupos religiosos)? Qual o problema?

O argumento da "democracia" não pode caber nesse contexto. Quando a escravatura foi abolida, a maioria da população era a favor do sistema escravocrata. A tal ponto que os próprios escravos tinham outros escravos. Deveríamos ter continuado com uma sociedade escravocrata já que a maioria apoiava?

Nem sempre o que a maioria escolhe é certo. E é democrático.
Uma olhada rápida, e veríamos os alemães em peso apoiando o Sr Satanás, ops, Sr Hitler, na caçada aos judeus. Hitler tinha transformado a humilhada Alemanha numa potência mundial. Os alemães o babavam. Foi "fichinha" persuadir a população a exterminar os judeus. A maioria logo aderiu. Eles estavam certos? Não? Mas... Ué, não era a maioria alemã que estava apoiando o nazismo, holocausto e suas atrocidades?

Para termos uma sociedade sadia, a vontade da maioria não pode ser lei. As pessoas têm suas ideologias, religiões, crenças, valores, etc. As minorias também têm suas ideologias, religiões, etc. E isso deve ser respeitado. Ser tolerante é um exercício que requer cuidado diário. Igual o projeto do deputado Nivaldo Manuel!

Ps1: Pelos comentários acima, alguém pode pressupor que eu seja a favor da homossexualidade. Não sou. A Bíblia diz claramente que é pecado. Creio que seja pecado. Mas, como cristãos, não podemos negar que os homossexuais não podem ter seus direitos. Eles são seres humanos iguais a nós. Eles não podem ser punidos por uma opção de comportamento. O Estado tem obrigação de fornecer direitos iguais para todos. Se é pecado ou não, se vão para o céu ou não, é outro departamento...

Ps2: Não tenho nada contra o Marcos Tavares. Ele é inteligente e possui o “bom senso midiático”, mas dessa vez ele pisou na bola...

Ps3: O deputado Nivaldo Manuel NÃO é membro da Igreja Adventista.