segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A Universidade I

Eu amo minha turma na universidade. Antes de conhecê-la, não a desejaria. Certamente se Deus me desse à oportunidade de escolher as pessoas que estudariam comigo, eu não os teria escolhido. Alguns talvez, não sei (trabalhar com probabilidades dá nisso. Por isso não confio nas estatísticas). Mas certamente eu não os escolheria. Até isso tudo acontecer...
Minha turma é incrivelmente contraditória. Não somos a melhor turma de comunicação social, longe disso. Nossa turma não é boa (não na visão de 90% dos professores. Como isso é o que conta...) e o número de NERD é incrivelmente pequeno (temos somente dois). Mas se existem pessoas onde mentalmente você diz “esse vai longe”, encontram-se lá. Não nas outras turmas, mas lá...
Lá eu encontrei capitalistas, comunistas, católicas, agnósticas... Talvez seja essa pluralidade que faz a minha turma ser tão singular (isso soou como poesia! Lindo!). E o mais especial. Mais especial que as ideologias. Mais especial que as crenças, mais especial que os posicionamentos ou o time de futebol: as pessoas.
A começar por Rayo. O nome é Rayza, mas todo mundo a conhece por Rayo. Isso causa complicações em casa porque quando meu irmão atende as ligações dela, ele me olha um pouco confuso e diz “é um tal de Rayo com voz de mulher”. Mas Rayo vai além do nome Rayo. Ela é a irmã mais velha que eu não tive. É aquela que puxa a orelha e você não fica com raiva. Ela é sincera. Isso não pode parecer um elogio, mas no caso de Rayo é. É a sua sinceridade que faz com que ela seja uma das pessoas mais pensantes que eu já conheci. Politicamente falando eu concordo num monte de pontos com ela. Moralmente falando não. Mas eu não entro em debates com Rayo. Pelo menos não tento entrar. Ela é daquele tipo de pessoa que passa suas convicções com tanta paixão que a minha resposta mais convincente é o famoso “é neh”.
Não noto ela muito interessada em questões religiosas. Talvez isso seja reflexo do estrago que a religião causou ao longo dos anos. Certamente a Igreja é o maior problema de imagem que Deus tem sobre a terra. E eu não a condeno por isso. Talvez Deus também não. Ela é daquelas militantes preocupadas com a comunidade, com as pessoas. Isso é bonito. Isso faz dela uma cristã! Quando estou conversando com ela, me sinto o verdadeiro Dr Brouw de Everwood conversando com Nina na primeira temporada. Talvez por isso eu a veja como a “amiga casada que você vai pedir conselhos”.
Outra pessoa legal é Gyl. Ela mora na rua da casa da minha tia. Talvez por isso seja a que eu mais me identifico. Eu gosto de todo mundo. Com o passar dos anos, aprendi a me relacionar bem com as pessoas e a não ter inimigos. Não estou dizendo isso por pura “moralidade cristã”. Quem me conhece sabe que falo a verdade. Certamente isso é fruto do meu relacionamento com Deus. Mas gostar de todo mundo não significa que você uniformiza esse amor. Existem aquelas pessoas que você gosta mais. É aquela famosa frase que está no inconsciente de todo mundo: “eu gosto de todos mais tem aquela mais”. Pronto, essa é Gyl. É a “aquela mais”. Ela parece com minha prima preferida, Raquel. Talvez por isso seja a "minha" preferida na sala.
Gyl é aquela atriz que não é a protagonista, mas é a coadjuvante que você mais simpatiza (e que você fica rezando o filme inteiro para que ela se saia bem). É aquela que você fica rezando para que apareça no MSN para contar como foi o dia, o que achou disso ou daquilo. Eu tenho o costume de não demonstrar que “gosto muito-muito” das pessoas que gosto “muito-muito”. Talvez seja esse o motivo pelo qual eu vivo encrencando com ela, ou que não tenha um depoimento pra ela, ou que eu faça questão de atrasar o presente de aniversário pra dar um ar de “tô nem ai”. Mas acho que casaria com ela (Olhem bem: não estou dizendo que estou querendo casar com ela. Nem insinuando. Longe disso. O que quero dizer é que a acho “casável”, assim como acho Rayo, Thamyres, Valéria, Ingrid, etc). Ela é Católica e parece seguir uma versão americanizada da fé.
Thamyres é a minha melhor amiga dos últimos tempos. É a que eu conto tudo: como foi o meu dia, por quem estou apaixonado, se eu estou frustrado com algo, como vai à família, etc. Dificilmente eu vou dormir sem falar com ela. Se Rayo é minha conselheira, Thamyres é minha cúmplice. Ela não só diz o caminho como também anda comigo. Mesmo que nos tomemos à direção errada...
Os pais de Thamyres são anglicanos e isso reflete nela. Ela parece à versão feminina do Donald Miller, só que menos ligada ao cristianismo. Em termos de comparação, nossa amizade parece com as de Thomas J. Sennett e sua melhor amiga, Vada Sultenfuss, no filme Meu primeiro Amor (Para quem tem amnésia-filmistica, os atores são Macaulay Culkin e Anna Chlumsky). Isso, claro, tirando aquele final...
Priscila é disparada a menina mais humilde que já conheci. E também a mais viajosa. Se você ainda não ouviu falar em Priscila Durand, guarde esse nome. Vai se legal no futuro dizer: “Ei, eu estudei com aquela cineasta, a Priscila...”. Ela sonha em ir pra Hollywood. Eu acredito que ela vai. Suas pérolas também são dignas de livros e mais livros... (deixa pra lá)!
Além de sua humildade, o que me chama atenção em Pri é sua fé. Seu livro de cabeceira é The Secreat. Se ela quer uma coisa, ela vai até o fim. Isso não só é admirável: tem que ser seguido. Priscila tem uma força de vontade impressionante. Ela é a versão feminina do Hassan (quem leu o caçador de pipas sabe do que estou falando).
Valéria parece com minha mãe. Amorosa, braba, sensível, autoritária... enifm, acho que ela é judia. Se a mãe dela não for, lá atrás ela certamente teve um antepassado que era. Por vê em Valéria as características da pessoa que eu mais amo na face da terra, gosto muito dela. Só que vai além disso.
Minha amizade com Valéria parece um consultório psicológico. Nos costumamos muito conversar sobre problemas. Problemas reais. Problemas familiares. Etc. Acho que funciono mais ou menos como um terapeuta. Certamente é melhor que pagar analista. Valéria é da Igreja Betel. Sua mãe também. Ela é bem fiel aos seus princípios, o que é admirável. Não acho que ela vá seguir carreira na área de comunicação. O amor da vida dela é Contabilidade/Administração. Espero que seja o que for, ela faça bem.
Aqui foi a primeira parte da minha turma. Pra não ficar grande e cansativo, subdividi bastante. Em breve definirei “os outros” (como diria Jack de Lost).

2 comentários:

Thamyres Máximo disse...

Bruninhooo!
Adooorei seu texto, amei a descrição de cada uma das meninas e a minha tbm!! Vc já é um amigo-irão que ganhamos! O NERD mais preferido da facul, pode crer!!!!!!!!!!
Amamos vc!!
;*

Thamyres Máximo disse...

irmão*