sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Como os pinguins me ajudaram a entender Deus

"Eu nunca gostei de jazz porque é impossível defini-lo. Mas, certa noite, eu estava do lado de fora do Bagdad Theater, em Portland, e vi um homem tocando saxofone. Fiquei parado ali durante 15 minutos e em nenhum momento ele abriu os olhos.

Depois disso, passei a gostar de jazz.

Algumas vezes você precisa ver alguém amar alguma coisa antes de você mesmo conseguir amá-la. É como se a pessoa estivesse mostrando o caminho.

Eu não costumava gostar de Deus porque Deus não pode ser definido — mas só até que tudo isso acontecesse.”

Assim começa o livro do jovem escritor cristão Donald Miller Como os pingüins me ajudaram a entender Deus, da editora Thomas Nelson Brasil. Miller tem por objetivo não ensinar nada, mas acaba ensinando muita coisa. E é justamente isso que torna o livro divertido. O livro é composto de ensaios bem-humorados onde Donald apenas escreve experiências que teve ao longo de sua vida cristã.

Como os pingüins me ajudaram a entender Deus parece mais um blog impresso do que um livro que fica na prateleira de livros cristãos. Fugindo do chamado “Cristianismo de franquia”, Miller mostra como sua fé cristã começou a trazer-lhe verdadeira paz.

O autor se prende muito a fato de que o verdadeiro cristianismo só tem sentido quando se tem um encontro pessoal com o autor da religião cristã: Jesus Cristo. Através de relatos sinceros e bem-humorados, de descrições de seus amigos cristãos e hippies, de seu pastor que chama palavrão e de sua faculdade totalmente profana, Donald Miller consegue vê relações entre fé e sexo dos pingüins, cenouras sexy com redenção, espiritualidade com o filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, etc.

Longe de ser perfeito, Miller faz uma brilhante descrição dos problemas morais que o mundo vem enfrentando. E encontra o culpado por toda essa bagunça: o eu. O caminho percorrido pelo autor em busca de uma fé sadia e de um crescimento emocional estável é muito familiar a quem busca um encontro pessoal com Cristo. Não tem como não lê uma frase engraçada ou uma tirada inteligente sem comentar consigo mesmo “Poxa vida, eu já pensei isso”. Ou então, lendo o livro num coletivo, comentar com o vizinho um pensamento genial que encontrou no livro.

Donald Miller é cristão liberal que não simpatiza muito com a hipocrisia, o falso moralismo e as barganhas do meio cristão. Fã de Jazz, Miller acaba se tornando a voz do inconsciente cristão de cada um. Afinal, quem nunca teve preconceito com pessoas diferentes? Ou quem nunca teve uma “crise” com algum irmão da igreja? Ou quem nunca... enfim, Donald é a voz da sinceridade cristã que poucos conhecem.

Algumas pessoas podem não identificar o livro a partir do título em português, para os mais informados trata-se de Blue Like Jazz, o best-seller que ficou 20 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times.

Leia um trecho do livro pelo seginte link: http://www.thomasnelson.com.br/arquivos/livros/Capitulo_16_17.pdf

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